Durante muito tempo as mulheres foram subjugadas pelos homens. Conseguimos observar isso ao longo da evolução da humanidade, na qual a participação da mulher foi, e ainda é, marcada por grandes lutas pelos seus direitos como ser humano.
Ao longo da história, o pensamento em que a mulher era equivalente a um escravo se espalhou pelo mundo, passando, de geração em geração, a concepção de que as funções primordiais da mulher eram a reprodução, amamentação e criação dos filhos. Apesar disso, sempre houve mulheres que batalhavam pela igualdade entre os sexos, mesmo correndo o risco de serem acusadas de bruxaria e mortas, como aconteceu na Idade Média.
A visão da inferioridade feminina em relação aos homens manteve-se por muito tempo. Até o século XIX, as mulheres ainda não tinham os mesmos direitos que os homens, como o de ler, escrever, estudar e decidir as suas vidas. Foi nesse período que surgiu o movimento feminista, e a sua principal característica é a luta pela igualdade de gêneros e pela participação da mulher na sociedade.
Atualmente, vários direitos, que deviam ser naturais para qualquer ser humano, já foram conquistados e um deles foi a entrada da mulher no mercado de trabalho. Desde que elas começaram, as conquistas cresceram a cada dia, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas. Hoje, além de trabalharem, as mulheres também empreendem.
Muitas vezes associamos o empreendedorismo somente à grandes empresas, porém pequenas produtoras locais, profissionais individuais e startups também compõem uma importante parcela do empreendedorismo no país. Dessa parcela, as mulheres estão à frente de uma boa parte. Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o Brasil é o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras. Esse dado é de um levantamento realizado com 49 nações.
Ao todo, são mais de 24 milhões de brasileiras tocando negócios próprios, gerando empregos e movimentando a economia. O fato é favorável para a economia e para a sociedade como um todo, pois com a inserção das mulheres nos negócios as perspectivas se tornam mais diversas, inclusivas e inovadoras.
O empreendedorismo feminino ajuda a transformar as empresas e a realidade de várias pessoas ao seu redor, uma vez que ele inspira diversas mulheres a serem independentes e garante uma nova visão de mercado, movimentando, assim, a economia.
A mesma pesquisa feita pelo GEM revelou que as mulheres empreendedoras estudam 16% a mais do que os homens; enquanto eles dedicam, em média, 8,5 anos à formação, elas investem 9,9 anos de suas vidas. Em contrapartida, elas ganham menos: o rendimento médio mensal das empresárias é 22% menor. Outra pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), mostra que os negócios onde as mulheres estão em posto de liderança têm melhor desempenho.
De acordo com o estudo “Mulheres na gestão empresarial: argumentos para uma mudança”, feito com base em uma pesquisa que ouviu mais de 13 mil empresas de mais de 70 países, instituições que passaram a ser lideradas por mulheres obtiveram aumento nos lucros, mais facilidade para atrair e reter talentos, melhora na criatividade e inovação e progresso em relação à reputação das empresas. Ou seja, mesmo com todas as dificuldades as mulheres são capazes de obter resultados brilhantes à frente das empresas.
A maioria das mulheres decidem criar um negócio próprio, não por gostarem, mas sim por necessidade, visto que elas precisam de uma maior flexibilidade no horário de trabalho porque precisam fazer jornada dupla, isto é, cuidar do negócio da casa e dos filhos, afinal, 45% dos lares brasileiros são chefiados por elas.
Portanto, o empreendedorismo feminino envolve muitos desafios, mas também é uma ótima oportunidade, já que é uma forma de gerar empregos, apoiar outras mulheres, obter realização pessoal e fazer a diferença na economia e na sociedade.
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